domingo, 12 de fevereiro de 2012

Tema: Kardec (o codificador e investigador).

Aula 1:

Tema : Missão de Allan Kardec
Bases para o evangelizador: Livro dos Espíritos: 619,622,624,628; O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 6 e Cap.18 itens 1 e 2;
Objetivos: Ao final da aula, as crianças deverão ter noção de que:
 A obra espírita é uma embarcação acolhedora e Allan Kardec, o apóstolo da renovação humana.
 Kardec é o exemplo de trabalho, solidariedade e tolerância, virtudes pregadas por ele mesmo.
 A missão de Kardec foi abrir caminho ao Espiritismo.
 Kardec apagou a sua grandeza espiritual, vivendo na humildade e às vezes, atormentado e caluniado pelos que não entendiam seu trabalho.
Atividades iniciais:
1 . Canto
2 . Prece inicial
3 . Introdução ao tema: introduzir o tema, mostrando aos alunos uma “chave” e iniciar o diálogo:
 Para que serve uma chave?
 Ela entra em qualquer fechadura?
 Abre qualquer porta?
 Sentimos mais seguros com a porta de entrada de nossa casa trancada ou destrancada?
Por que?
4 . Desenvolvimento do tema:
Depois da conversa, dizer aos alunos que a Doutrina Espírita também tem uma chave que serviu para abrir o caminho. ( entregar as letras misturadas e pedir que sigam a numeração e acharão essa chave ). Essa chave é um homem chamado Allan Kardec.
Kardec é considerado o codificador da Doutrina Espírita.
Codificação Espírita significa o conjunto de perguntas de Kardec e respostas da equipe de Espíritos, através dos médiuns da época.
Vamos ver um pouco da história de Kardec!

Sem título

(Um fantoche contará alguns trechos da vida do nosso codificador)
Há muitos anos, em 1804, no dia 3 de outubro, num país muito longe daqui, na França, na cidade de Lion, nasceu um menino que recebeu o nome de Hypolité Léon Denizard Rivail.
Léon foi um menino inteligente e bom. Estudava com prazer e completou seus estudos muito cedo.
Quando ficou moço, tornou-se um grande professor e, bondosamente,
ensinava de graça, em sua casa, a muitos alunos que não podiam pagar
para aprender.
Leon era professor de Aritmética,Gramática, Física, Astronomia e Fisiologia.
Certa vez, seu amigo o convidou para ir a uma reunião onde se davam coisas extraordinárias: as mesas se moviam sozinhas e respondiam às perguntas que lhes fossem feitas.
Léon viu, então, com espanto, que uma pesada mesa levantou-se sozinha, sem que ninguém lhe tocasse com um dedo sequer. Daí a pouco, vasos de flores, casacos e chapéus movimentavam-se no ar, sem nenhum apoio.
Os assistentes estavam admiradíssimos! Quando terminou a reunião, todos comentavam o que haviam visto.
Dizia uma senhora idosa:
- Isto é obra de fantasmas. Não pode ser outra coisa! São eles que movimentam esses objetos e, por isso, ninguém os vê.
Léon era um homem muito inteligente. Não acreditava em fantasmas, e por essa razão, ficou meditando sobre o assunto.
Na semana seguinte voltou à mesma casa, disposto a descobrir aquele mistério.
Foi então informado de que faziam perguntas à mesa e que esta respondia através de pancadas. Quando dava uma batida, queria dizer “não”. Uma batidinha leve significa a letra “a”; duas, a letra “b”, e assim por diante. Podia-se, conversar com a mesa por meio
daqueles sinais.
Léon, ao ter essa notícia, pediu licença para fazer algumas perguntas. A primeira pergunta daquele homem inteligente foi:
- Quem movimenta esta mesa e estes objetos?
- São os espíritos. – foi a resposta.
- Que espíritos são esses? Perguntou ele.
A mesa tornou a bater:
- “Espíritos”, dizia ela, são criaturas como vocês, mas que deixaram o corpo e vivem no espaço. Não são fantasmas, não! São homens e mulheres como todos os que estão nesta mesa...Apenas deixaram o corpo, isto é, morreram, como diz vulgarmente.
Léon começou a pensar muito naquilo que ouvia, indagando:
- Então, a pessoa não se acaba quando o corpo morre?
- Não! Continua-se vivendo da mesma forma apenas sem o corpo. Por isso, não somos vistos pelos que ficam na Terra, responderam os espíritos através das pancadas da mesa.
O grande professor cada vez mais curioso, perguntou:
- E quem é você, que responde a todas essas perguntas?
- Eu sou um homem que viveu na Terra há muitos anos. Fui seu amigo numa outra existência em que você não se chamava Léon, e sim Allan Kardec. E assim Léon adotou o pseudônimo de Allan Kardec.
A partir daí, ele começou a pesquisar e a fazer experimentação científica para obter algumas respostas. Assim, ele chegou á conclusão que bastava colocar um lápis na mão de um médium e ele passaria para o papel todas as respostas.
Assim,Kardec recebia as comunicações dos Espíritos e colocou todos os resultados obtidos em livros, para que todos pudessem ter conhecimento e aprender. Essas livros são chamados de Codificação Espírita. São eles:
 O Livro dos Espíritos ( primeiro a ser publicado, em 1857 )
 O Livro dos Médiuns
 O Evangelho Segundo o Espitirismo
 A Gênese
 O Céu e o Inferno
Allan Kardec desencarnou aos 65 anos de idade, a 31 de março de 1869.
Desencarnou como viveu: trabalhando Em seu túmulo, no cemitério de Pére Lachaise (Paris), uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita:
OBS: Nas aulas biográficas deverá haver muita participação das crianças, para que a aula não se transforme em informações de nomes, datas, fatos, correndo-se o risco da classe perder o interesse.
5 . Atividade final
VERIFICAÇÃO/FIXAÇÃO: Escrever ALLAN KARDEC em posição vertical na lousa, ou em uma folha de cartolina. Pedir para as crianças, irem dizendo as coisas boas e interessantes que a vida dele nos deixou com cada letra do seu nome.
Exemplos:
A = alegria, amor.
L= luz, livros, lição, lembranças.
A= auxilio, acreditar
N= novidades, notícias
K= kilometros (de suas viagens)
A= amizade, amigos
R= reencarnação, renovação
D= divulgação, Deus.
E= espíritos, esperança
C= Codificador, Consolador

Atividade:

UM CARA CHAMADO KARDEC
Siga o Código e Descubra uma Frase!
8G - 4B - 1F - 6D - 8A - 5B - 2D - 2H - 3C
7E - 4F - 1A - 2G - 2E - 8H - 6A - 5C - 5G
1D - 8C - 2B - 6H - 3F - 8E - 7C - 4A - 6F
1H - 3E - 4H - 7B - 4D - 1C - 6G - 3B - 4G
5E - 6C - 8F - 7H - 6E - 7D - 2F - 1G – 7G
 Sem título2

Fonte: http://www.cvdee.org.br/ev_plano.asp

Aula 2:

Atividades:

Labirinto:

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Questionário:

Responda o questionário sobre a vida e obra de Allan Kardec, com base nas informações dos quadros e posteriormente localize as respostas no caça-palavras.

______________________ Denizard Rivail era o nome de Allan Kardec.

Allan Kardec nasceu na cidade de _________em_________________ de 1804.

Casou-se com a professora primária de letras e belas artes____________ Gabrielle Boudet.

Allan Kardec trabalhou como _____________ e __________________.

Em 1854, o professor Rival ouviu falar das ______________________.

Allan Kardec organizou os ensinamentos recebidos dos ______________.

_________________________________ foi a primeira das cinco obras básicas da Doutrina Espírita publicada por Allan Kardec, no ano de 1857.

________________________ foi o nome escolhido pelo professor Rivail para assinar as obras básicas da Doutrina Espírita.

Também organizou _________________________, ___________________________, ______________________ e a ______________________.

Allan Kardec publicou também a ________________________________.

Allan Kardec é considerado o _________________________ do ________________.

alankardec2atividade

Sem títuloj 

Resposta do caça palavras:

Sem títuloç

Fonte: http://www.searadomestre.com.br/evangelizacao/

Aula 3:

Sugestão de aula sobre Kardec com o “jogo do milhão” (muito criativo e legal) passo a passo neste link:

http://lubeheraborde.blogspot.com/2011/04/kardec-e-o-livro-dos-mediuns-terceira.html

Aula 4:

A história, com ilustrações, de Kardec:

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Fonte: http://www.searadomestre.com.br/evangelizacao/

Aula 4:

Allan Kardec e a Codificação

Na Evangelização Infanto-juvenil, a história de Allan Kardec (e da Doutrina Espírita) pode ser contada de várias maneiras. O modo mais utilizado é iniciar pelo reencarne, infância, idade adulta, codificação da Doutrina Espírita e desencarne.
Muitos evangelizandos já ouviram a história em outros ciclos, em anos anteriores, por isso é importante que o evangelizador use técnicas criativas e/ou diferentes abordagens. É possível tornar essa aula interessante para todos. Vejamos alguns exemplos:
--> Para crianças maiores, pode-se iniciar contando a história de Allan Kardec não pelo seu nascimento mas, usando a imaginação, pelos momentos que antecederam seu reencarne: sem dizer seu nome, falar de Kardec no plano espiritual, conversando com seu espírito protetor, recebendo dos amigos espirituais as instruções sobre a missão de codificar a Doutrina Espírita. Importante lembrar que apesar de ter essa missão, ele teve o livre-arbítrio de realizá-la ou não (então outra pessoa faria).
--> Dividir os acontecimentos da vida de Kardec em etapas (anos, períodos ou décadas). Cada evangelizando deve pesquisar e ilustrar uma fase (exemplo: 1804: reencarne; 1832: casamento com Amélia; 1854: mesas girantes...). As crianças podem apresentar o resultado de suas pesquisas aos demais colegas e ao final, organiza-se um mural com os trabalhos, em ordem cronológica.
--> Para o jardim e primeiro ciclo pode ser utilizado xerox de gravuras de apostilas e revistas e montada a história em álbum seriado, cineminha, cartões, teatro de fantoches. Um globo para mostrar onde fica a França, falar sobre a época da Codificação (não havia luz elétrica, televisão, água encanada, não havia ônibus, avião, as viagens eram em carruagens ou em cavalos, etc, com o intuito de fazê-las entenderem a época e as dificuldades enfrentadas); levar as Obras Básicas para serem manuseadas, são idéias válidas para tornar interessante a história.
--> Um trabalhador do Grupo Espírita pode ser convidado para contar a história, pois outra pessoa oportuniza um enfoque diferente, com outras palavras, outra voz, tornando atrativa a aula.
--> Para finalizar o encontro e reforçar as idéias desenvolvidas durante a aula, pode-se usar quebra-cabeça com a figura de Kardec, cruzadinhas, desenho das Obras Básicas, gravuras da história para pintar, Dominó com a seqüência dos acontecimentos, Jogo de Memória com os principais fatos, Jogo do Certo e Errado (dividir a turma em dois grupos, e ir sorteando perguntas sobre o tema, as quais devem ser avaliadas em certo ou errado).

Sem títuloç(Quebra-cabeça: (recorte nas linhas))

--> Para crianças do segundo e terceiro ciclos, pode-se, na aula seguinte, trazer xerox das capas das Obras Básicas, para que eles pintem e escrevam uma frase que resuma o que contém cada Obra. É importante nesta aula trazer também todas as Obras Básicas para que os evangelizandos as manuseiem e usem como fonte de pesquisa. Se necessário, pode ser feito esta parte da atividade com evangelizandos e evangelizadores em conjunto. Ao final, dividir a turma em cinco grupos e cada um apresenta uma das Obras, contando quando foi publicada, o que contém e escolhendo uma frase, a fim de demonstrar aos demais que o livro é interessante e vale a pena ser estudado.
Há muitas maneiras de se contar a mesma história, com criatividade e amor, cada aula pode ser uma viagem no tempo, levando os evangelizandos ao século XIX, aprendendo sobre Kardec e a Doutrina dos Espíritos.

Abaixo segue resumo dos principais fatos da vida de Allan Kardec, para ser utilizado como fonte de pesquisa.

Allan Kardec

Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, em 03 de outubro de 1804, sendo filho de Jean Baptiste-Antoine Rivail, juiz, e Jeanne Duhamel.
Fez em Lyon os seus primeiros estudos e em 1815, aos 11 anos, foi estudar no Instituto de Educação de Yverdum, na Suíça, com o célebre professor Pestalozzi, que utilizava um método avançado de pedagogia, onde a criança é seu próprio agente de aprendizado.
Muitíssimas vezes, quando Pestalozzi era chamado para fundar institutos semelhantes ao de Yverdun, confiava a Denizard Rivail o encargo de o substituir na direção da sua escola. Rivail era bacharel em letras e em ciências e doutor em Medicina, tendo feito todos os estudos médicos e defendido brilhantemente sua tese. Lingüista admirável, conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua.
Denizard Rivail era um alto e belo rapaz, de maneiras distintas, humor jovial na intimidade, bom e gentil, que em 1822 mudou-se para Paris.
Em 1826, na rua de Sèvres n° 35, fundou a Instituição Rival, um instituto técnico com base no modelo de Yverdum, em sociedade com um tio materno.
Em 6 de fevereiro de 1832 casou-se com a professora primária de letras e belas artes Amélie Gabrielle Boudet, pequena, mas bem proporcionada, gentil e graciosa, rica por seus pais e filha única, inteligente e viva. Ela era nove anos mais velha que ele, mas na aparência dir-se-ia ter menos dez que ele.
O sócio de Rivail, após perder grandes quantias no jogo, inviabilizou a continuidade da Instituição Rival que foi liquidada em 1834. A quantia que coube a Rival ele entregou a um amigo negociante, que veio a falir. Sem dinheiro, Rivail empregou-se como contabilista em três casas comerciais e à noite escrevia gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagógicos superiores; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava todos os cursos de Levy-Alvarès, freqüentados por discípulos de ambos os sexos do faubourg Saint-Germain. Organizou também em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, de 1835 a 1840, e que eram muito freqüentados.
Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real d'Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, pela apresentação da sua notável memória: Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?
Dentre as suas numerosas obras convém citar, por ordem cronológica: Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública, em 1828; em 1824, segundo o método de Pestalozzi, ele publicou, para uso das mães de família e dos professores, o Curso prático e teórico de aritmética; em 1831 fez aparecer a Gramática francesa clássica; em 1846 o Manual dos exames para obtenção dos diplomas de capacidade, soluções racionais das questões e problemas de aritmética e geometria; em 1848 foi publicado o Catecismo gramatical da língua francesa; finalmente, em 1849, encontramos o Sr. Rivail professor no Liceu Polimático, regendo as cadeiras de Fisiologia, Astronomia, Química e Física. Em uma obra muito apreciada resume seus cursos, e depois publica: Ditados normais dos exames na Municipalidade e na Sorbona; Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas.
Tendo sido essas diversas obras adotadas pela Universidade de França, e vendendo-se abundantemente, pôde o Sr. Rivail conseguir, graças a elas e ao seu assíduo trabalho, uma modesta abastança. Seu nome era conhecido e respeitado, seus trabalhos justamente apreciados.
Foi em 1854 que Rivail ouviu, do senhor Fortier, magnetizador, acerca das mesas girantes. No ano seguinte - era no começo de 1855 - encontrou o senhor Carlotti, um amigo de há vinte e cinco anos, que discorreu acerca desses fenômenos durante muito tempo, com bastante entusiasmo. Em maio de 1855, Rival esteve na casa da sonâmbula Sra. Roger, com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Lá encontrou o Senhor Pâtier e a senhora Plainemaison, que falaram desses fenômenos.
O senhor Pâtier era funcionário público, homem muito instruído, de caráter grave, frio e calmo; com sua linguagem pausada, isenta de todo entusiasmo, levou Rivail a aceitar o convite para assistir às experiências que se realizavam em casa da Sra. Plainemaison, rua Grange-Batelière n° 18, às 20 horas da noite. Foi aí, pela primeira vez, que Rivail testemunhou o fenômeno das mesas girantes.
Na casa do senhor Baudin Rivail fez seus primeiros estudos sérios em Espiritismo. Aplicou a essa nova ciência, o método da experimentação; nunca formulou teorias preconcebidas; observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas pela dedução, pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo como válida uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da questão.
Um dos primeiros resultados das observações foi que os Espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência; que o seu saber era limitado ao grau do seu adiantamento, e que a sua opinião não tinha senão o valor de uma opinião pessoal.
A princípio Rivail, longe de ser um entusiasta dessas manifestações e absorvido por outras preocupações, esteve a ponto de as abandonar, o que talvez tivesse feito se não fossem as solicitações dos Srs. Carlotti, René Taillandier, membro da Academia das Ciências, Tiedeman-Manthèse, Sardou, pai e filho, e Diddier, editor, que acompanhavam havia cinco anos o estudo desses fenômenos e tinham reunido cinqüenta cadernos de comunicações diversas, que não conseguiam pôr em ordem. Conhecendo as vastas e raras aptidões de síntese do Sr. Rivail, esses senhores lhe enviaram os cadernos, pedindo-lhe que os organizasse.
Rivail estudou muito, fez muitas perguntas aos espíritos. Uma noite, seu Espírito protetor, Z., deu-lhe, por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em uma anterior existência, quando, ao tempo dos Druidas, viviam juntos nas Gálias. Ele se chamava, então, Allan Kardec, e, prometia-lhe esse Espírito auxiliá-lo na tarefa de organizar os ensinamentos dos espíritos. Rivail comparecia a cada sessão com uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas que eram respondidas com precisão, profundeza e de modo lógico.
E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes refeitas no silêncio da meditação, que formou a primeira edição de O Livro dos Espíritos, a qual apareceu em 18 de abril de 1857.
Esse livro era em formato grande, em duas colunas, uma para as perguntas e outra, em frente, para as respostas. No momento de publicá-lo, Rivail ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele resolveu assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.
A obra alcançou tal êxito que a primeira edição foi logo esgotada. Allan Kardec reeditou-a em 1858 sob a forma atual, revista e aumentada.
No dia 25 de março de 1856 estava Allan Kardec em seu gabinete de trabalho, em via de compulsar as comunicações e preparar O Livro dos Espíritos, quando ouviu pancadas repetidas; procurou, sem descobrir, a causa delas, e em seguida continuou seu trabalho. Sua mulher, ao chegar, ouviu os mesmos ruídos; ambos procuraram, mas sem resultado, de onde podiam eles provir.
"No dia seguinte, sendo dia de sessões em casa do Sr. Baudim, escreve Allan Kardec, contei o fato e pedi a explicação dele.
- Ouvistes o fato que acabo de narrar; podereis dizer-me a causa dessas pancadas que se fizeram ouvir com tanta insistência?
- Era o teu Espírito familiar.
- Com que fim, vinha ele bater assim?
- Queria comunicar-se contigo.
- Poderei dizer-me o que queria ele?
- Podes perguntar a ele mesmo, porque está aqui.
- Meu Espírito familiar, quem quer que sejais, agradeço-vos terdes vindo visitar-me. Quereis ter a bondade de dizer-me quem sois?
- Para ti chamar-me-ei a Verdade, e todos os meses, durante um quarto de hora, estarei aqui, à tua disposição.
- Ontem, quando batestes, enquanto eu trabalhava, tínheis alguma coisa de particular a dizer-me?
- O que eu tinha a dizer-te era sobre o trabalho que fazias; o que escrevias me desagradava e eu queria fazer-te parar.
NOTA - O que eu escrevia era precisamente relativo aos estudos que fazia sobre os Espíritos e suas manifestações.
- A vossa desaprovação versava sobre o capítulo que eu escrevia, ou sobre o conjunto do trabalho?
- Sobre o capítulo de ontem: faço-te juiz dele. Torna a lê-lo esta noite; reconhecer-lhe-ás os erros e os corrigirás.
- Eu mesmo não estava muito satisfeito com esse capítulo e o refiz hoje. Está melhor?
- Está melhor, mas não muito bom. Lê da terceira à trigésima linha e reconhecerás um grave erro.
- Rasguei o que tinha feito ontem.
- Não importa. Essa inutilização não impede que subsista o erro. Relê e verás.
- O nome de Verdade que tomais é uma alusão à verdade que procuro?
- Talvez, ou, pelo menos, é um guia que te há de auxiliar e proteger.
- Posso evocar-vos em minha casa?
- Sim, para que eu te assista pelo pensamento; mas, quanto a respostas escritas em tua casa, não será tão cedo que as poderás obter.
- Podereis vir mais freqüentemente que todos os meses?
- Sim; mas não prometo senão uma vez por mês, até nova ordem.
- Animastes alguma personagem conhecida na Terra?
- Disse-te que para ti eu era a Verdade, o que da tua parte devia importar discrição; não saberás mais que isto." (A Gênese)
De volta a casa, Rivail releu o que havia escrito e verificou que, realmente, tinha cometido grave erro, corrigindo-o em seguida.
A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foi fundada a 1° de abril de 1858. Antes, as reuniões se realizavam na casa de Allan Kardec, à rua dos Mártires, com E. Dufaux, como principal médium.
A Sociedade foi, então, regularmente constituída e reunia-se todas as terças-feiras, no local que fora alugado no Palais-Royal, galeria Valois. Aí ficou durante um ano, de 1° de abril de 1858 a 1° de abril de 1859. Não podendo lá permanecer por mais tempo, reunia-se todas as sextas-feiras em um dos salões do restaurante Douix, no Palais-Royal, galeria Montpensier, de 1° de abril de 1859 a 1° de abril de 1860, época em que se instalou em sede própria, na rua e passagem Sant'Ana n° 59.
Kardec publicou também O Livro dos Médiuns, na primeira quinzena de janeiro de 1861, editado pelos Srs. Didier & Cia., livreiros-editores. O mestre expõe a sua razão de ser nos seguintes termos, na Revista Espírita:
"Procuramos neste trabalho, fruto de longa experiência e de laboriosos estudos, esclarecer todas as questões que se prendem à prática das manifestações; ele contém, de acordo com os Espíritos, a explicação teórica dos diversos fenômenos e condições em que eles se podem produzir; mas a parte concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi, sobretudo, de nossa parte, objeto de atenção toda especial."
Em abril de 1864 publicou a Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo, com a explicação das máximas morais do Cristo, sua aplicação e sua concordância com o Espiritismo. O título dessa obra foi depois modificado, e é hoje O Evangelho segundo o Espiritismo.
No dia 1° de agosto de 1865, Allan Kardec fez aparecer uma nova obra - O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo, na qual são mencionados numerosos exemplos da situação dos Espíritos, no mundo espiritual e na Terra, e as razões que motivaram essa situação.
Em 1867 Kardec fez uma viagem a Bordéus, Tours e Orleans; em seguida publicou, em janeiro de 1868, A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, que constitui, sob o ponto de vista científico, a síntese dos quatro primeiros volumes já publicados.
Hippolyte-Léon-Denizard Rivail - Allan Kardec - faleceu em Paris, na Rua Sant'Ana, 59, em 31 de março de 1869, na idade de 65 anos, da ruptura de um aneurisma.
Rivail, embora apareça sempre sério nas gravuras que o representam, gostava de rir com um riso franco, largo e comunicativo, era bem humorado, além de ser um trabalhador incansável. Por ter organizado os ensinamentos dos espíritos em livros, Allan Kardec é chamado de Codificador do Espiritismo

Fonte: http://www.searadomestre.com.br/evangelizacao/alankardec.htm

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