História 1:
Os Três Grãos de Milho
Sr. André vivia numa linda fazenda. Era dono de uma vasta quantidade de terras onde cultivava o milho.
Com o passar dos anos, o Sr. André, homem bom, dedicado e trabalhador, foi acometido de uma doença muito grave que o levou à morte. Toda a sua fortuna ficou para o seu único filho e herdeiro. Jorge era um rapaz calmo, mas nada devotado ao trabalho. Embora seu pai sempre o alertasse para o valor e a importância do trabalho, sempre lhe dizia:
- Ora, papai, sou muito jovem para trabalhar e, além do mais, tenho tudo o que preciso. Por que deveria trabalhar?
- Meu filho, o trabalho é muito importante. Com ele nos sentimos úteis, mantemos nossa mente ocupada no bem e damos nossa cota de contribuição para o progresso geral. A fortuna que temos pode se acabar e só com o trabalho teremos condições de sobreviver.
Enquanto vivia o pai, Jorge, a instâncias dele, trabalhava, de má vontade, é verdade, fugindo às atividades assim que o Sr. André lhe virava as costas. Mas, com a morte do pai, Jorge se viu dono da fazenda, deixando de Iado o pouco trabalho que realizava. Passou a levar uma vida ociosa, usufruindo da fortuna conseguida com o esforço de longos anos do seu pai.
Certo dia, acercou-se da fazenda um pobre homem que, dirigindo-se a Jorge que descansava em uma rede, disse-Ihe:
- Senhor, sei que é possuidor de muitas terras onde se planta o milho. Gostaria de lhe pedir que me desse três grãos de milho.
Jorge lhe perguntou:
- O que você vai fazer com três grãos de milho? Ao que o homem respondeu:
- Com esses três grãos de milho e o meu trabalho, terei o meu sustento.
Jorge pensou nos seus celeiros cheios de milho e deu ao homem os três grãos que ele lhe pedira. O homem, agradecido, se retirou.
Os anos foram passando e a fortuna de Jorge foi diminuindo. Os celeiros de milho foram se esvaziando rapidamente e, como ninguém plantava, os grãos não eram repostos. Jorge se viu obrigado a fazer alguns empréstimos para reerguer a fazenda, mas foi tudo em vão. Um pouco mais de tempo e Jorge precisou se desfazer da fazenda para pagar as dívidas. De dono de terras passou à total miséria, mendigando de porta em porta.
Em certa tarde, depois de andar por longas horas, avistou uma linda fazenda onde o grande movimento de trabalhadores lhe chamou a atenção. Pensou:
- Aqui, com certeza, deverei conseguir uma boa refeição para me saciar a fome!
Ao ser atendido pelo dono da fazenda, olhou-o e falou:
- Engraçado, parece que conheço o senhor de algum lugar. Seu rosto não me é desconhecido.
O homem o fixou atentamente e lhe respondeu:
- Certamente, você me conhece. Sou o homem maltrapilho que, há alguns anos, lhe bateu à porta pedindo rês grãos de milho. Lembra? Foi então que Jorge percebeu o verdadeiro valor do trabalho, e, ao invés de pão, pediu ao homem que o empregasse na sua fazenda, como um dos tantos cultivadores de milho.
GLOSSÁRIO
Acometido - atacado de repente (por doença, sono) - pedido repetido.
Instância – pedido repetido
Maltrapilho - esfarrapado, mal vestido.
Ocioso - que não trabalha.
Usufruir- gozar, desfrutar.
Fonte: Apostila da FEB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário